terça-feira, 29 de maio de 2007

Que bela fotografia esta captada a partir de Marvão...
(Infelizmente, não foi captada por mim,

segunda-feira, 28 de maio de 2007


CASTELO DE VIDE EM 1758

(continuação)



Freguesia de Santa Maria da Devesa
(folhas 1481 a 1489)


Da parte do Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Bispo de Portalegre, meu senhor, me foi apresentado um memorial para informar sobre o que pertence saber desta terra e do mais que se expressa no dito papel, a que respondo o seguinte.

Castelo de Vide, vila de Portugal, fica no Alentejo. É da comarca e bispado da cidade de Portalegre, da qual dista duas léguas. É vila notável e nobre, com voto em cortes no banco onze.
Tem por armas um castelo cercado com uma vide. Dizem alguns que a estas armas e a este nome deu ocasião uma grande vide que teve o castelo. Querem outros com paronomásia que esta vila se chame “Castelo de Vide” porque divide Portugal de Castela, por está na raia em distância de duas léguas.
O castelo é obra de el-rei Dom Dinis e foi senhor dela o infante D. Afonso, seu irmão.
É de el-rei e é alcaide-mor desta vila o conde meirinho-mor do reino.
Está situada mais em monte do que em vale e menos em campina.
É praça de armas, cercada de muros bastantemente fortes. Tem neles quatro portas para entradas e saídas, que são: a porta da Aramenha, para as partes de Marvão e Portalegre; a porta Nova, para a parte de Castela; e as portas de São João e São Pedro, para as partes do reino. E esta porta de São Pedro é dentro do castelo. É este murado e fechado sobre si e está situado para a parte do Norte e há dentro dele mais de cento e cinquenta vizinhos e também a igreja de Nossa Senhora da Alegria, com um convento que mandou fazer Dona Mariana Eugénia, para nele viverem freiras franciscanas, o que não tem tido efeito, por se embargar depois de feito, por parte de el-rei, com o fundamento de estar próximo do armazém da pólvora, que está dentro do mesmo castelo e aos muros dele.
Consta esta minha freguesia de Santa Maria da Devesa, matriz desta vila de Castelo de Vide, de mil e cem vizinhos. E tem quatro mil pessoas de confissão e comunhão. Tem mais duas freguesias, que são a paroquial igreja de São João Baptista, que é da Malta, e a paroquial igreja de Sant´ Iago, a qual é de el-rei. E têm ambas priores que dirão o mais.
Desta vila, como fica em monte, se descobrem as vilas seguintes: a vila de Marvão, que dista uma légua; a vila de Nisa, que dista três léguas; a vila de Montalvão, que dista quatro léguas; a Póvoa das Meadas, que dista duas léguas; a vila de Castelo Branco, que dista dez léguas; o lugar de Sant´ Iago, do reino de Castela, que dista cinco léguas. E para a parte do poente nada se descobre, por razão da serra de São Paulo, que impede a vista por ser muito alta e próxima a esta vila para o Poente.
Tem termo que confina com o de Portalegre em menos distância desta vila meia légua. Confina com o de Marvão em distância de meia légua. Com o de Castela em distância de duas léguas, sendo a divisa um rio chamado o Sever. E confina com o da vila de Alpalhão em distância de légua e meia e com o de Nisa na mesma distância. E com o da Póvoa na mesma distância.
Esta paróquia está dentro da vila, é a matriz. É o seu orago Nossa Senhora ou Santa Maria da Devesa, a qual está hoje arruinada, não pelo terramoto do ano de 1755, mas por muito velha. E pretendendo-se concertar, se conheceu seria inútil o concerto e cuida-se em se demolir para se fazer igreja nova, respectiva à multidão dos vizinhos.
Compunha-se de três naves com capela-mor e altar-mor e altar do Sacramento, altar de Nossa Senhora do Carmo, altar de Nossa Senhora do Rosário, altar do Santo Cristo, altar do Anjo da Guarda, altar de Nossa Senhora da Boa Morte e altar das Almas e altar de Santa Luzia, que por todos são nove altares. Tem de presente seis irmandades, a saber: a de Nossa Senhora da Assunção, que é dos clérigos; a do Sacramento; a de Nossa Senhora do Carmo; a de Nossa Senhora do Rosário; a das Almas; a de Nossa Senhora da Boa Morte.
É esta igreja do padroado real. Sua Magestade é quem apresenta. É o pároco vigário, tendo tanto trabalho por ser esta freguesia das maiores da província do Alentejo. Só tem de côngrua cinquenta mil réis, que são pagos pela comenda, e é o seu comendador o Excelentíssimo Marquês de Tancos.
Tem quatro beneficiados, os quais apresenta o Excelentíssimo Senhor bispo de Portalegre, e são pagos pela oitava parte dos dízimos, e lhe dará a renda anualmente em cinquenta ou sessenta mil réis. Não têm pensão de clero e só a de paroquiarem as semanas, alternativamente com o vigário, que sempre serve em todas.
Tem dois conventos: um dos recoletos da Ordem de São Francisco; e outro que é o hospital de São João de Deus, em que tão somente se curam os soldados, à custa de el-rei. E do convento de São Francisco é padroeir[a] a Câmara desta vila.
Tem Casa da Misericórdia com hospital para se curarem os pobres. E tem de renda mais de seiscentos mil réis.
Tem um forte muito bem murado, a que se chama o forte de São Roque, dentro do qual só está a igreja deste santo, que é advogado da peste. E é festejado pelos vizinhos e é guardado pelos soldados com guarda quotidiana. Está situado para a parte do Sul.
Tem mais esta vila uma igreja no distrito desta minha freguesia chamada a Colegiada do Espírito Santo, em que rezam em coro sete beneficiados, que terão de renda cinquenta e cinco mil réis em cada ano, pouco mais ou menos, e um tesoureiro a quem se dá vinte. Instituição de Nicolau de Matos e Brites de Jesus, hoje é padroeiro Paulo Nogueira de Andrade, da cidade de Lisboa. Tem altar-mor esta igreja, tem altar de Santo Estêvão, tem altar de São Marcos, tem altar de Nossa Senhora da Conceição, que é da irmandade dos militares desta praça, onde hoje se acha a freguesia de Santa Maria, matriz, pela ruína e lhe ser esta filial. E não tem naves.
Fora dos muros, tem: a ermida de Nossa Senhora dos Remédios, de abóbada, com um altar; a ermida de São Vicente Ferrer, com um altar; a ermida de Nossa Senhora da Vitória; a ermida de Nossa Senhora do Carmo; a ermida do Bom Jesus, de Pero Galego; a ermida de Santo Amador, que dista uma légua para as partes de Castela, a quem se faz festa em uma oitava da Páscoa, e se faz procissão das Almas por estarem ali enterrados muitos castelhanos, que morreram em choque que tiveram com os portugueses nas guerras passadas, de que ainda hoje se diz “a derrota de Santo Amador” e por isso se faz a comemoração das Almas.
(continua)

terça-feira, 22 de maio de 2007

CASTELO DE VIDE EM 1758
(freguesia de Sant' Iago - continuação)


É sem nave alguma. Tem uma capela-maior, com seu retábulo antigo. Nele está um sacrário com o Santíssimo Sacramento, com o patrono Sant’ Iago Maior. Tem uma imagem de Nossa [Senhora] do Livramento e os evangelistas São João e São Mateus. Tem um altar do Senhor Crucificado, milagroso e tem seus devotos, que lhe fazem sua festa; está da parte da Epístola, fora do arco. Tem outro altar da Senhora do Amparo, da parte do Evangelho e também com a mesma devoção. Tem outro altar de Santa Teresa, algum dia Santa Apolónia, capela particular que instituiu o licenciado João Vivas Barbas, prior proprietário desta mesma igreja, com missas cada um ano na mesma capela. Tem outro altar da Senhora da Encarnação, de pedra lavrada à moderna o arco, e com sua tribuna de madeira dourada; e tem quatro missas pelas festas do ano, por lhe deixar uma devota umas propriedades de raiz, que rendem cinco mil e quinhentos réis cada um ano. Tem uma capela de Santo António de Lisboa, com seus devotos que lhe fazem sua festa e lhe ornam o seu altar. Está pegado a ele outro altar de São Gregório, cujo não se diz missa por ter pouco vão. E da outra parte para o poente está o baptistério baptismal. Tem mais outro de Santa Ana, por lhe trazerem a sua imagem da ermida que se arruinou detrás do castelo, e cujo altar algum dia era de São Bento, donde existe ainda a sua imagem com muita devoção. São oito altares.
Há nela as confrarias actuais. Sant’ Iago, patrono dos mercadores desta vila; haverá perto de noventa anos que foi aprovada pelo Ordinário. E as mais são, por devoção, a Senhora do Amparo, Santo Cristo Crucificado, Santo António. O proprietário, o prior, apresenta o cura e tesoureiro desta mesma paroquial, a quem paga da sua côngrua ou dízimos que lhe toca a sua parte. E algum dia apresentava o cura da vila da Póvoa e Meadas e o tesoureiro, a quem paga o que lhe toca por o rapta [sic].
Tem de renda esta paroquial igreja de Sant´ Iago, entre todos os dízimos, centeio, trigo, milho e mealheiros e tudo o mais. Um ano por outro rende cento e cinquenta mil réis, estes cativos, e destes se pagam as propinas per annum. Ao tudo oitenta mim réis antes mais para cima. Os dízimos das igrejas de Castelo de Vide e vila da Póvoa e Meadas se partem da maneira seguinte. Faz-se o monte em três terços. Primeiro terço é para as dignidade da cidade da Guarda, por haver sido Portalegre antigamente deste bispado. E os outros dois terços do principal se partem três quinhões: destes leva um a comenda e os beneficiados de Santa Maria da Devesa; e os outros segundos que restam se partem em cinco partes, das quais duas são para a fábrica da Guarda, e duas para o prior proprietário de Sant´ Iago e uma parte para o prior de São João Baptista de Malta.
Tem esta minha freguesia fogos duzentos e quarenta e sete, pessoas de confissão e comunhão seiscentas e vinte e sete, de confissão menores cento e quinze. São o número a tudo setecentas e quarenta e duas pessoas.
Esta paroquial igreja está à frente da fonte do Martinho e da serra de São Paulo, donde os castelhanos combateram esta praça para a arruinarem. A porta principal está para o Poente. Junto a ela a muralha, que está entre o meio o Curral do Concelho cinquenta passos. Está para o Nascente e Sul ou soão a porta travessa, para a Carreira de Sant´ Iago, rua primeira da freguesia. Outra porta da mesma parte, serventia da sacristia, está toda ao temporal. E não tem naves algumas. Tem o seu coro. E antigamente tinha o seu órgão para as funções e festividades da Igreja. É pequena e tem de regalia, por antiga que foi a primeira freguesia, sair ainda dela a procissão da Ressurreição de Cristo Senhor Nosso (depois da Ressurreição da matriz, que sai primeiro) e também a do Corpo de Deus, assistidas estas com todas as confrarias e com o clero, que serão setenta, com pena de excomunhão e outra com pena pecuniária, se faltarem por ser mais antiga, que era o Rei Salvador do Mundo, que é a primeira ermida desta paroquial, com uma capela-mor só com seu trono e tribuna. Nele está uma imagem de Nossa Senhora do Pilar, que algum dia tinha irmandade. Está da parte do Evangelho o Rei Salvador do Mundo e da Epístola um Senhor crucificado. No terramoto teve ruína em uma parede. Está já reparada.
Está outra ermida do apóstolo Santo André, com capela-mor só.
Está outra ermida do apóstolo São Pedro. É igreja bastante, com sua capela-mor, donde está uma imagem de Nossa Senhora da Nazaré e [o] apóstolo São Pedro. Com sua sacristia, têm os padres por devoção de lhe cantarem missa com seu sermão e armação no dia vinte e nove de Junho. E algum dia teve irmandade.
Tem outra ermida da imagem da Senhora da Luz, capela particular, igreja com seu alpendre e sacristia. Tem capela-mor com a imagem da Senhora da Luz. Esta Senhora é milagrosa dos olhos, donde concorrem romeiros desta vila e arredores em o dia da primeira oitava da festa da Ressurreição de Cristo Senhor Nosso. Se faz festa com missa cantada e sermão, que manda dizer o instituidor da dita capela.
Tem outra ermida de São Silvestre, com sua capela-mor, donde está o santo. E tem seus mordomos, que se lhe faz festa nesta mesma primeira oitava da Páscoa, nesse mesmo dia, donde concorre todo este povo de Castelo de Vide e de fora. E andando as bestas ao redor da igreja do santo três voltas, têm por fé não terem dor de barriga e protecção do santo, salva a fé.
Tem uma ponte de cantaria só com um arco na ribeira de São João. Esta se acha com cinco azenhas neste distrito, desde o lagar de Dom João até ao lagar de António Torres. Estas moem todo o ano pão de centeio só. E quatro também servem de lagar de azeite. Tem dois pisões, que estão derrubados, por não haver mistério deles, senão no tempo da guerra, por estarem debaixo da artilharia.
Tem as fontes seguintes: fonte de Pero Boi, fonte do Souto, fonte do Cortiço, fonte do Porto da Póvoa e Meadas, fonte dos Corolheiros [sic]. Estas nunca se secaram no tempo da seca.
Estes engenhos moem todo o ano da água que nasce do cano, sítio das Lajes Preta, um grande safredo de penhasco de pedra, donde rebenta a dita água que principia a ribeira de São João, até se ajuntar com a ribeira da Vide, deste termo. E as tais duas ribeiras se ajuntam no rio de Sever. Tem este distrito de Sant’ Iago estes engenhos e ribeira.
Tem hortaliça, azeite, vinho, fruta de guarda. E estas águas livres, sem pensão alguma. Tem castanha e tapadas onde se semeiam centeios, milhos, cevadas. E a maior abundância dos frutos desta terra é centeio. Tem borregos, chibos e bezerros e bácoros.
Tem correio, que vai buscar cartas no sábado à cidade de Portalegre e na quarta-feira seguinte as leva.
E desta vila de Castelo de Vide à capital do reino dista trinta e tantas léguas, que é a nossa Lisboa.
Estas notícias referidas acima da minha paroquial igreja e freguesia de Sant’ Iago desta vila é só dela, do seu distrito, e ter eu conhecimento de muitas certezas e conhecer. Há sete anos que vivo em esta vila e paroquial igreja, por mercê de Sua Magestade Fidelíssima, que ma deu de propriedade e colado nela em oito de Junho de 1752. E por não achar mais notícias da dita paroquial igreja e freguesia, represento o papel escrito a Vossa Excelência, em Maio, 18, de 1758.

Súbdito e humilde venerador e cap. o prior Domingos de Figueiredo

(continua)

terça-feira, 15 de maio de 2007


CASTELO DE VIDE EM 1758

(continuação)



II

Freguesia de Sant’ Iago Maior
(folhas 1477 a 1480)


Respondo aos interrogatórios que faz menção e vieram no papel de letra redonda, que Vossa Excelência Reverendíssima nos entregou.

Nobre e notável vila de Castelo de Vide, província do Alentejo e praça de armas, bispado e comarca da cidade de Portalegre, da qual dista duas léguas, e outras duas da raia de Castela, e uma de Marvão para o nascente e sul. É antiquíssima e povoação. E foi contemporânea Norba Cesárea, e antes desta ser arruinada já existia esta vila. Deu-lhe foram Pedro Anes. Chamou-se antigamente Vila da Vide. É cercada de muros fortes com quatro portas. Tem forte castelo, obra não de el-rei Dom Dinis, porque é mais antigo. O que se entende por coisa certa é que o dito rei fez a torre da homenagem e no castelo faria alguns concertos. Senhor dela o infante Dom Afonso, seu irmão, que por muitas vezes intentou cercá-la de muros, o que lhe impediu com muita gente de armas. Goza de voto em cortes, com assento no banco onze.

Tirada esta notícia, e já aprovada, do Dicionário Geográfico do padre Luís Cardoso, da Congregação do Oratório.

Tem esta vila de Castelo de Vide em dez de Agosto feira de São Lourenço, franca, e outra em quinze de Janeiro, dia de Santo Amaro, franca.
E é de grande trato de panos, saragoças e baetas e xadrês.
É abundante de carnes de chacina de porco. Mata por ano mais de oito mil porcos e com boa satisfação.
Consta de três paróquias, que são estas:
Santa Maria da Devesa, que foi primeiro uma ermida edificada na era de César de mil trezentos e quarenta e nove, e na de Cristo de mil trezentos e onze, por Lourenço Pires e por sua mulher Domingas Joanes. É matriz e o seu pároco vigário, antigamente reitor.
A segunda paróquia, dedicada a São João Baptista, é da Ordem de São João de Malta. O pároco antigamente era vigário, hoje se intitula prior. É comenda das religiosas maltesas de Estremoz.
A terceira é esta minha freguesia, paróquia com o patrono dela, o apóstolo Sant’ Iago Maior, e é do padroado real. O pároco é prior e o é também da vila da Póvoa e Meadas, distante duas léguas dela. Apresentação é de Sua Magestade Fidelíssima e da sua Real Coroa.
Esta está dentro desta mesma vila e praça de Castelo de Vide, chamado o Bairro da Aldeia, que é dos lavradores, que algum dia nela moravam. E já hoje está diminuta dos ditos lavradores e terá cinco lavradores e os mais morreram e se foram para as outras freguesias.
Dela se avista[m] vila da Póvoa e Meadas e a vila de Nisa e a vila do Envendo da Beira e a vila de Montalvão e a vila de Alpalhão e a Vila de São João de Gáfete e a vila do Gavião e a vila de Marvão. Não se descobre mais por ter defronte a serra de São Paulo.


(continua)

quinta-feira, 10 de maio de 2007


CASTELO DE VIDE EM 1758

(continuação)



19ª

Tem esta vila feira dia de Santo Amaro e dia de São Lourenço, francas de um só dia cada uma, e mercados todas as quintas-feiras do ano, francos até ao meio-dia.

20ª

Tem correio. Sai quarta de manhã e chega sábado à noite. Manda correio a carta do povo, dar e receber as cartas ao correio de Portalegre.

21ª

Dista esta vila da cidade de Portalegre, cabeça do bispado, duas léguas. E dista da cidade de Lisboa 34 léguas.

22ª

Tem o privilégio de não sair da Coroa e com tanta restrição que, em foro de consciência, a não pode el-rei dar, porque sendo esta vila das filhas do infante Dom Afonso, quando a venderam a seu tio Dom Dinis, se estipulou no contrato que a vendiam a ele e a seus sucessores, com condição que nunca sairia da Coroa. E el-rei no contrato assim o prometeu. Consta da Monarquia Lusitana.
Tem mais o privilégio dos seus moradores não irem à guerra, salvo acompanhando el-rei em pessoa. E se tem observado na ocasião dos maiores apertos, como se vê no livro do tombo da Câmara.
Tem o privilégio de não pagar portagem e a todos os moradores da vila o privilégio que a Elvas se concedeu, só os que morassem na Corujeira.
Tem também isenção de ter éguas de coudelaria e este é o único que se tem quebrado.

23ª

Há nesta vila a fonte da Mealhada, cuja água é excelente remédio contra as dores nefríticas, a do Manguinhos, para as diarréias.

24ª

Nada

25ª

É praça de armas, fortificação irregular e de mediana força, o recinto grande.
Para a parte do nascente tem o forte de São Roque, que é de quatro baluartes de força mediana.
No alto da vila tem o seu castelo. É talvez o mais grande e formoso que tem toda a raia do reino. Está em um alto dominante, por algumas parte inacessível. É castelo antigo e por fora o fortificaram com fortificação moderna desenhada por Cosmander. Se se aperfeiçoasse, era capaz de resistir a um poderoso exército.

26ª

Só padeceu no terramoto ruínas ordinárias.

27ª

O padre Carvalho na sua Corografia escreveu com acerto o estado presente e a terra aonde se pode ver o que escuso de referir. Só cometeu dois erros. Um foi dizendo na vila da Póvoa que a sua igreja era filial de Santa Maria desta vila, sendo da de Sant’ Iago. O outro foi o dizer ser opinião se chamava “Castelo da Vide” por dividir Castela de Portugal, sendo isto história apócrifa. As mesmas armas que lhe dá lhe desfazem o seu dito, que é um castelo cercado com uma vide com cachos de ouro, o que lhe vem porque esta vila se chamava só vila da Vide até o tempo de el-rei Dom Dinis, como se vê da doação que el-rei Dom Afonso III ao infante seu filho, na qual lhe dá a vila da Vide, com seu castelo, seus termos e suas pertenças.
A vila é antiquíssima. No tempo dos gentios havia aqui fábrica das ferrarias, que ainda conserva o nome. Ainda estão em pé oito ou nove antas, em que faziam os sacrifícios.
O castelo é antiquíssimo. O poço que tem dentro para se beber em tempo de sítio é de enorme despesa e bem se vê que em país aonde há tantos e tão grandes nascimentos de águas, só se faria aquela obra para defesa do castelo. Chamam ao poço “Alvacá”, nome mourisco. Ou os mouros o fizeram ou, achando-o feito, lhe puseram aquele nome.
No princípio da conquista do reino foi o castelo acometido e raso pela parte do norte, cuja muralha se vê hoje servindo de traseira à cadeia e outras casas. Esta ruína quis concertar o infante Dom Afonso, de que el-rei Dom Dinis seu irmão teve grandes ciúmes e veio pôr sítio a Castelo de Vide. O irmão, o infante, lhe escreveu de Arronches carta, prometendo-lhe que mandaria derrubar tudo o que tinha concertado nos muros e acrescentado na torre. Do que se vê o erro crassíssimo de muitos autores, que dizem que el-rei Dom Dinis povoara esta terra e fizera o castelo. El-rei Dom Afonso o 4º alargou o castelo, como se vê do letreiro que está sobre a porta dele, metendo no seu recinto todo o terreno por foi acometido o castelo velho.
E ficou tão formoso e grande que deu o nome à vila, tomando-o por armas e cercando-o com a vide, aludindo ao nome da antiga vila.
É erro crassíssimo de Duarte Nunes de Leão dizer que esta vila era naquele tempo aldeia, lugar aberto e chão do termo de Marvão. E padeceu este erro porque na explicação que el-rei Dom Afonso III fez à doação que tinha feito por estas palavras “quod est in termino de Marvão”, ali foi o mesmo que dizer “junto a Marvão” para diferençar esta vila da Vide da outra vide da Serra da Estrela, a que bem se vê das palavras da doação feita antes, em que lhe chama vila da Vide com seu castelo e seu termo e suas pertenças. Nem Marvão nesse tempo tinha termo separado, como se vê de sentença pouco depois dada e e sempre Marvão foi terrúncula [sic].
Tocante à serra está dito o que dela se pode dizer. Apenas temos de acrescentar: é um braço do Hermínio Menor, que aqui acaba. Os outros braços vão para Marvão, Portalegre, Alegrete. Tem infinidade de ervas medicinais.
Rio especial não o há. As ribeiras, pequenas, na Corografia Portuguesa estão bem escritas.

Castelo de Vide, 24 de Maio de 1758

O Prior Manuel Carrilho Gil
(continua)

terça-feira, 8 de maio de 2007

CASTELO DE VIDE EM 1758

(continuação)


18ª

Sendo vizinha desta vila uma légua distante Norba Cesária, cujos moradores na sua ruína vieram habitar Castelo de Vide. E ainda durante Norba Cesária era Castelo de Vide um arrabalde dela.
Se podem contar por naturais: Santa Quitéria e suas oito irmãs; o padre Gonçalo de Sequeira, da Companhia de Jesus, baptizado na matriz a 25 de Dezembro de 1642, foi varão ilustre como consta do ano glorioso da Companhia de Jesus, fl. 191; o padre Manuel de Matos, da mesma Companhia, também ilustre. Consta do mesmo livro, fl. 736.
Em Letras: Dom João de Casal, morreu bispo em Macau; frei Gonçalo do Crato, religioso de São Domingos, inquisidor da Mesa Grande, baptizado em São João em 23 de Fevereiro de 1641; Sebastião de Matos, a quem el-rei Dom Manuel mandou estudar no Colégio de São Bartolomeu de Salamanca, foi desembargador do Paço, foi pai de Dom António de Noronha, bispo de Elvas, inquisidor-geral do reino, avô de Dom Sebastião de Matos de Noronha, arcebispo-primaz de Braga e bisavô do Conde de Armamar; Manuel Delgado de Matos, baptizado na freguesia de São João no ano de 1647, foi colegial de São Paulo de Coimbra, lente de Leis, desembargador dos agravos; o desembargador Gaspar Mouzinho Barba, baptizado na matriz, ano de 1584; seu filho, Mateus Mouzinho Barba, baptizado na mesma freguesia, ano de 1620, foi desembargador do Paço e foi pai de Gaspar Mouzinho de Albuquerque, procurador da Coroa; Mateus Gonçalves Mouzinho, baptizado na mesma igreja, ano de 1617; Manuel Mouzinho, seu irmão, desembargador dos agravos.

Em armas

Gonçalo Anes de Castelo de Vide, serviu bem el-rei Dom Fernando, como se vê de sua crónica escrita por Duarte Nunes de Leão. Continuou a servir a Dom João o 1º e foi neste tempo um dos mais ilustres militares do reino, por ser guerra de religião e liberdade. Fernão Lopes diz na 1ª parte, capítulo 159, que Gonçalo Anes de Castelo de Vide fora discípulo do Condestável na pregação do evangelho português ao verdadeiro Para [?] e liberdade do reino. Assistiu,como grande e rico homem do reino, às Cortes de Coimbra. Consta do capítulo 175. Fez voto na batalha de Aljubarrota de ser o primeiro que havia de fazer sangue em castelhanos. Consta da segunda parte, capítulo 38. Achou-se nela e cumpriu o voto. Consta do capítulo 42. Antes da batalha o tinha el-rei armado cavaleiro, com muito poucos dos muitos grandes do reino [sic], pelo capítulo 9. E pelo capítulo 57 consta se achou na batalha de Valverde e disse muitas grautas [?] a Dom Diogo Fernandes de Córdova, alcaide dos donzéis de Castela, de que se infere que antes desta batalha se tinha[m] já visto em três com ele que seriam a de Aljubarrota, Atoleiros e outra, com este Gonçalo Anes de Castelo de Vide. Foram tantos os filhos de Castelo de Vide à guerra e deu este povo tão grande socorro para ela, que o dito cronista do capítulo 162 da primeira parte, faz pergunta à cidade de Lisboa quais foram os povos fiéis que ajudaram na sua aflição a um tão grande negócio e a fizeram clara entre as gentes, confessando verdadeiro papa e defendendo o reino e respondendo por Lisboa e, nomeando os povos, aponta só quarenta e seis que lhe assistiram e um deles é Castelo de Vide. E todos os mais povos do reino eram anti-papistas e seguiam o anti-papa Clemente. E por esta razão ficou Castelo de Vide com o título de “mui sempre leal”. Vê-se de uma representação que fez a Marvão, em vinte e um de Fevereiro de 1473 e principia assim: “Dizemos que assim é verdade que nos [sic] dito concelho da muito sempre leal vila de Castelo de Vide”.
O título de “sempre nobre e grande vila” lhe deu el-rei Dom Afonso V nas Cortes de Tomar.
António de Matos desta vila. Passou no de 1500 à Índia, na companhia do grande Afonso de Albuquerque e ia tão recomendado por el-rei Dom Manuel e era de tanto merecimento que, quando aquele governador tirou a Manuel de Lacerda e a outros fidalgos as capitanias de suas naus por lhe falarem arrogantes em favor de Rui Dias de Alenquer, que ele mandara degolar, deu uma capitania a António de Matos, com que ficou servido em todos os grandes sucessos. Foi em companhia de Nuno Vaz de Castelo Branco buscar mantimentos da Angediva para Goa, que estava cercada, sofrendo grandes tormentas. No coração do Inverno achou-se com sua nau com o mesmo governador na segunda tomada de Goa e foi desfazer a fortaleza de Socotorá. Vejam as Décadas de Barros e Castanheda, livro 3º, capítulo 29, 33 e 42.
Gaspar Rodrigues Mouzinho foi servir a África com cavalos e criados à sua custa. E foi armado cavaleiro em Arzila por acções e sua nobreza, que obrou contra os infiéis. Consta de justificação que fez seu filho frei Jerónimo Mouzinho em 1566.
Pedro Fernandes Barba passou à Índia na armada de Dom Antão de Noronha. Achou-se na tomada de Catifa e desembarcou pelejando, dando-lhe água pelos peitos. E por suas acções e nobreza foi armado cavaleiro em 9 de Setembro de 1552. Consta do alvará.
João Rodrigues Mouzinho, natural desta vila, passou a África com cavalos e criados à sua custa. E por acções que obrou contra os infiéis foi armado cavaleiro por Dom Francisco de Almeida, governador de Tanger, por alvará de 24 de Maio de 1584.
Lourenço Mouzinho Barba, baptizado na matriz em 18 de Agosto de 1590, foi capitão de mar e guerra. Achou-se no naufrágio da armada do ano de 1626. Consta da Epanáfora Trágica, de Dom Francisco Manuel. Pelejou no caminho da Índia com três naus da Holanda e, depois de meio queimado, ficou prisioneiro. Consta do 3º tomo das Ásias, parte 4ª, no último § capítulo 2º.
João Furtado de Mendonça, baptizado em São João, em 23 de Julho de 1639, e por sua mãe dos Vidais e Torres, foi na Guerra da Aclamação mestre de campo do terço do Algarve e com ele e com os de Castelo de Vide e de Campo Maior ganharam na Batalha do Ameixial um monte, desalojando dele aos castelhanos. E depois ganharam o monte em que estava Dom João de Áustria e o desalojaram e ganharam a artelharia. E conseguindo avanço, obrigaram a fugir para Arronches. Achou-se na batalha de Montes Claros com o seu terço, que, junto com os mesmos dois que o acompanharam na do Ameixial, ficaram no lado direito aonde sofreram a força da batalha e obraram maravilhas. A cavalaria castelhana os confundiu e, tornando-se a refazer, pelejaram tão destemidamente que foi princípio da vitória na Guerra da Grande Liga. Foi mestre de campo, general conselheiro de guerra e governou esta província.
Belchior do Crato, sargento-mor do Regimento desta praça, morreu na batalha do Montijo.
João do Crato da Fonseca, natural desta vila, comissário de cavalaria com seis companhias, tomou um comboio que vinha para Arronches, pondo em fugida a cavalaria que o guardava. Consta de Portugal Restaurado, tomo 2º, livro 6º, fl. 424. Achou-se na batalha do Ameixial. Morreu na batalha, general da Artilharia do Algarve.
Francisco Mendes Homem, seu irmão, foi mestre de campo do Regimento desta praça e tenente do mestre de campo, general governador de Valência de Alcântara e de Castelo de Vide.
Mateus Caldeira, irmão dos sobreditos, foi capitão de cavalos muito valoroso. Morreu comissário da Cavalaria da Corte.
João Rodrigues Mouzinho, natural desta vila, capitão voluntário de cem moços solteiros voluntários. Achou-se nas Linhas de Elvas e foi o primeiro que as rompeu.
Na Guerra da Quádrupla Aliança, Luís de Barros Castelo Branco, capitão de cavalos valoroso, morreu governador de Portalegre.
Diogo de Barros Castelo Branco, capitão de cavalos, é ao presente governador desta praça com patente de coronel. E outros muitos.


(continua)

quinta-feira, 3 de maio de 2007


CASTELO DE VIDE EM 1758

(continuação)





A minha igreja de São João Baptista foi no tempo antigo uma ermida de Santa Maria Madalena e a matriz outra ermida de Santa Maria, edificada na era de César de 1349, que é o ano de 1311, por Lourenço Pires e Domingas Joanes, sua mulher, como se vê de um letreiro gótico escrito em uma pedra mármore, que está debaixo da pedra-de-ara do altar-maior. A matriz antiga desta vila se desfez e em seu lugar se erigiram as duas freguesias: [a] matriz, de Santa Maria da Devesa, e São João. E porque ambas nasceram daquela matriz, são hoje a primeira e segunda paróquia e Sant’ Iago, que era a segunda paróquia, ficou sendo a terceira.
Foram as ditas freguesias edificadas nas duas ermidas. Fez-se a de São João de sorte que o altar-maior ficou dentro da ermida de Santa Maria Madalena. Parte da ermida ficou da parte do Evangelho, servindo de sacristia, e a outra parte da banda da Epístola é a parte inferior da torre dos sinos. Em ambas se vêem arcos e portados e antigas cantarias da ermida antiga e se vê são remendos da nova igreja.



O pároco de São João se chamava antigamente “vigário”, como se vê dos livros antigos dos baptizados. Hoje se chama “prior”, é da apresentação do Grão-Prior do Crato. A renda dela serão seiscentos mil réis, de que levam as religiosas maltesas de Estremoz dois terços e o prior um.

Aditamento ao sétimo 7ª [sic]

É o orago hoje São João Baptista, que está no altar-mor, no alto do retábulo, e em baixo, à direita, São Domingos e à esquerda São Gonçalo de Amarante. Fora da capela-mor, no lado direito, está a capela de Santa Maria Madalena, a qual dotou e pôs fábrica o prior frei António Rodrigues Sarzedas, em um vínculo que fez. Da parte da Epístola fica o altar de São Brás, cuja imagem festejam uns devotos no seu dia. Abaixo deste, fica a capela de Nossa Senhora do Bom Sucesso, que foi mandada fazer por Francisco Carrilho de Carvalho, prior da dita igreja, no ano de 1694. E não tem mais altares. Tem a dita igreja três naves. Não tem irmandade alguma.



Não tem beneficiados e só tem um cura, a quem pagam as freiras ditas e o prior da igreja.

10ª

Tem esta vila convento do Recoletos de São Francisco, fundado e dotado por Gaspar de Matos e sua mulher Brites de Matos, da principal nobreza desta vila. E deram para o dito convento se fazer as suas casas e para cerca a sua quinta em 14 de Março de 1584, por declaração que ele foi fazer à Câmara. Em 20 de Outubro tornou a Câmara a declarar que dava mais 400 000 digo quatrocentos mil réis.
À quinta se chamava da Conceição e sobre a porta tinha uma imagem desta senhora. Daqui tomou o nome e orago o dito convento e sobre a porta da igreja está a mesma imagem que estava na porta da quinta.
Deixou Gaspar de Matos o padroado a seu sobrinho, Diogo Cardoso de Matos. Há certas pensões em seu testamento que não aprovou e, por sua morte, houve contenda entre oito sobrinhos e se anulou seu testamento e os religiosos tomaram por padroeira a Câmara desta vila.
Em segunda-feira, 20 de Maio de 1589, se lançou a primeira pedra na obra. Em 2 de Agosto de 1592 se disse a primeira missa. Tem a igreja cinco altares. A coisa mais notável que há neste convento é um retrato e imagem verdadeira de Cristo, a qual está fixada na porta do sacrário, a qual trouxe de Roma frei Diogo Serrano Mouzinho, frade claustral. A pintura é de admirável primo, em lâmina de cobre, e por baixo tem uma inscrição com letras de ouro que diz o seguinte: “Retrato e imagem verdadeira de Jesus Cristo Salvador e Senhor Nosso, [a] qual foi tirada de Amiralda pelo Grão Turco e mandad[a] de presente ao para Inocêncio VIII para efeito de resgatar um irmão que tinha cativo”.

11ª

Tem esta vila Casa de Misercórdia e hospital. Tem de renda um conto de réis. Seus administradores são os mesmos irmãos da Misericórdia.

12ª

A Casa da Misericórdia, que está junta com o hospital, foi fundada na antiga ermida de Santo Amaro e, por isso, é hoje este santo o seu orago. Tem a igreja três altares. A coisa notável é os muitos milagres que esta santo obrou no tempo antigo, cujas autênticas estão no arquivo da Casa.

13ª e 14ª

Tem a minha freguesia sete ermidas e são as seguintes: intramuros, Nossa Senhora da Alegria, que é antiquíssima, do tempo da primitiva cristandade, e é a padroeira desta vila e festejada com grande devoção pelos moradores dela; e, extramuros, as ermidas de São José, edificada no ano de 1620 por Gonçalo Mendes e sua mulher Ana Gomes; a de Santo António da Ribeira, edificada no ano de 1700 por Sebastião Fernandes Ramilo e sua mulher Ana Gomes; a ermida de São Miguel, no alto da serra de que esta toma o nome; a de São Paulo apóstolo, na ponta da serra; a da Senhora da Penha, edificada em um penhasco da mesma serra no ano de 1570. É esta Senhora de muita devoção e tem em seus braços a imagem do Senhor morto. Concorrem [sic] todos os sábados do ano muita gente deste povo e ainda fora dele. Tem mais a ermida de Nossa Senhora das Virtudes.

15ª

São os frutos da terra alguns trigos, cevada, centeio e milho miúdo, vinho, azeite, castanha, frutas temporãs como pêras, maçãs, cerejas, ginjas e também da mesma qualidade frutas de guarda, de excelente gosto e abundância.

16ª

Tem esta vila juiz de fora deste que primeiro se erigiram neste reino. Tem Câmara, três vereadores, procurador do concelho e escrivão, que têm grandes regalias. Apresentam dois morgados e os ofícios de juiz vedor e escrivão dos panos, juiz e escrivão dos órfãos, escrivão da almotaçaria e também os ofícios de inquiridor, distribuidor e avaliadores.

17ª nada


(continua)

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