quinta-feira, 20 de dezembro de 2007


Caras amigas e caros amigos,


Gostaria muito de vos desejar individualmente

um Natal cheio de alegria e de paz.

Sendo isso impossível

(os leitores deste blogue já são alguns...),

mando-vos um abraço forte

e deixo aqui os meus desejos mais sinceros:

tudo de bom para vós!

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

CARREIRAS
segundo Maria Guadalupe
(continuação)


Falámos de "chafurdões" ou "safurdões" de tipo céltico abundantes no concelho de castelo de Vide. Acrescentamos que também existem no concelho de Marvão e que em ambas as circunscrições os há também de planta quadrada - tipo ibérico.
É pertinente lembrar que os celtas se juntaram aos Iberos (povos da Península Hispânica) dando origem aos Celtiberos.
Soube pelo carreirense Dr. Ruy Ventura que há 2 "safurdões" na freguesia de Carreiras: um na propriedade chamada Casépio, próxima do aglomerado populacional; outro na Tapada da Madrovaz (corruptela de Amaro Vaz) e um outro na Seixinhosa, propriedade dos limites da circunscrição, situada junto à estrada nacional nº 246 que liga Portalegre a Castelo de Vide.
São monumentos a preservar que vêm engrossar o conjunto dos já referenciados por arqueólogos e historiadores.
Trata-se de construções totalmente de pedra, com cobertura em falsa cúpula, portas geralmente viradas a Nascente e quase sempre situadas no cume de um "cabeço", sobre uma rocha, não longe de um curso de água.
A Drª Maria da Conceição Monteiro Rodrigues na obra "Carta Arqueológica do Concelho de Castelo de Vide" diz a certa altura o seguinte: "o problema da origem das construções circulares tem sido muito debatido, defendendo uns a tese céltica, outros a pré-céltica".
Por seu lado os autores de "Construções Primitivas em Portugal" consideram tanto as que acima referimos como as de planta de quadrada referindo que elas se encontram "em inúmeras partes, na Europa, Ásia e África; na Itália e Sardenha, na Jugoslávia, na Hungria, em França, na Espanha e Baleares, em Portugal, na Escócia e na Irlanda, na Arábia; no Norte de África, etc!".
Segundo a mesma obra, a difícil localização histórica das construções de falsa cúpula deve-se ao facto de haver dúvidas em relação à sua idade real (em Portugal).
Tendo em consideração "a rudeza de matérias, modos de construção, aspecto e erosão da pedra" na maioria dos casos parece realmente tratar-se de edificação muito antigas.
Lembram os mesmos autores que "faltam inscrições datas e referências, concretas em quaisquer textos".
Além disso parece que em Portugal não se perdeu a técnica da construção em falsa cúpula ao longo dos séculos, visto que algumas edificações são actuais, havendo em alguns sítios construções em actividade.

Bibliografia
Oliveira, Ernesto; Veiga, de, Fernando Galhano e Benjamim Pereira - "Construções Primitivas em Portugal"; Rodrigues, Maria da Conceição Monteiro - "Carta Arqueológica do Concelho de Castelo de Vide



(in Fonte Nova, nº 1511, de 8/12/2007)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

CARREIRAS
(segundo Maria Guadalupe)


Falemos então dos celtas.
Antes de tudo e porque o nosso objectivo é "Viver Carreiras", diremos que foram os "responsáveis" pela manutenção do som "e" (aberto) em vez de "a" proveniente de "A" tónico latino.
Os carreirenses sabem que os mais velhos normalmente iletrados (e isto não significa incultos) dizem brinquer por brincar, fumer por fumar, bureco em vez de buraco, cedede por cidade, varejer, por varejar, etc.
É uma característica dos falares da Beira Baixa e do Nordeste Alentejano de origem céltica, que se mantém viva nos nossos dias e é prova da permanência desse povo nesta parte do país.
É que antes que os romanos submetessem a Península Ibérica já os Celtas permaneciam nela havia muitos séculos.
O berço desta civilização foi a Europa Central - Boémia e Baviera, mas a partir do século V a.c. estes povos começaram a deslocar-se para Ocidente e até ao Mar do Norte.
No ano 300 antes da nossa Era ocupavam os territórios dos seguintes países: Irlanda, Grã-Bretanha, França, Suiça, Espanha, Portugal e uma parte da Turquia.
Tinham uma escrita própria o "ogam". Foram encontradas nas Ilhas Britânicas gravadas nas arestas de blocos de pedra, cerca de 360 inscrições celtas em escrita ogâmica.
O alfabeto consiste num sistema de golpes e "teriam sido necessárias toneladas de pedras para escrever qualquer frase".
Os Celtas desconfiavam dos textos escritos e só registavam o que não tinha importância. O saber dos druidas (sacerdotes), os longos poemas antigos e as narrações dos feitos heróicos dos antepassados eram transmitidos oralmente.
Restam inscrições votivas, de moedas, contas de mercadores e o calendário de Coligny.
Em Portugal são de origem céltica, entre outros, os seguintes topónimos: Bragança, Penafiel, Coimbra, Penacova, Setúbal e Évora.
Os vocábulos "camisa", "caminho" e "légua", tão vulgares em todo o país têm também a referida origem.
E como continuaremos a falar dos Celtas, lembramos, a finalizar que aos "chafurdões" do concelho de Castelo de Vide, de planta redonda e falsa cúpula se costuma chamar de tipo céltico.

Biografia
Alexandre, Maria Guadalupe - Etnografia, Folclores e Linguagem de Castelo de Vide, 1976; Maçãs, Delmira Maria Filomena Benito - Pela Europa de Celtas e Romanas, Lisboa 1993; Walter, Henriette - A Aventura das Línguas do Ocidente - a sua origem, a sua história, a sua geografia, Paris, 1994

(in Fonte Nova, nº 1509. de 1/12/07)

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