terça-feira, 21 de dezembro de 2010


Não lhe desejo boas festas, porque festas qualquer um pode organizar. Desejo-lhe que passe com os presentes e os ausentes da sua Vida um santo Natal - na Esperança que o (re)nascimento de um Menino sempre nos traz. E que essa Esperança frutifique em 2011, como a Epifania de que todos precisaremos em tempos tão difíceis!
Um abraço do RUY VENTURA


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010




Pontinha (Carreiras, Portalegre):
pequena ponte sobre o Ribeiro do Buraco
na calçada (medieval?) que ligava Portalegre a Castelo de Vide

(Foto de RV.)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Pormenor de habitação situada no início da Rua da Carreirinha.

Habitação situada a meio da Ladeira
(infelizmente o meio-arco está hoje tapado por uma feia porta de alumínio...)

Carreiras (Portalegre):
aspecto de duas habitações tradicionais com varandas suportadas por abóbadas.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010







Vigia (Carreiras, Portalegre):
alguns aspectos das ruínas que descobri em 2008 com Sónia Correia
no limite entre o concelho de Portalegre e o de Marvão.

(Fotos de RV.)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010




Carreiras (Portalegre):
estrutura em pedra seca junto à praça de touros
encostada a vestígios de uma eventual cerca.

(Demasiado grande e com uma situação demasiado estranha para ser um morouço apenas.)

(Fotos de RV.)


Carreiras (Portalegre):
antiga pia baptismal a servir de bebedouro na Fonte do Rossio
desde 1901.

(Foto de RV.)

terça-feira, 30 de novembro de 2010





Castelo, Carreiras (Portalegre):
vestígios de um castelo (?)
(fotos de RV)

A tradição oral afirma a existência num dos pontos mais altos da aldeia de Carreiras de um castelo, que deixou um topónimo ainda hoje utilizado (embora substituído oficialmente pela designação "Rua António Pedro Casa Nova"). Por falta de escavações e, talvez, pela metamorfose contemporânea de alguns edifícios do lugar, não tem sido possível averiguar a que época remontaria a construção (embora seja possível uma origem islâmica ou anterior). Há, no entanto, indícios que apontam para uma estrutura de pequenas dimensões, associada talvez a uma cerca rural dedicada à recolha do gado e da população em caso de ataque. 
Fachada da habitação medieval / quinhentista

Moldura quinhentista da porta da habitação, com esquinas chanfradas

"Alminhas" esculpidas no reboco

Outra Rua, Carreiras (Portalegre):
habitação medieval / quinhentista
com cruzeiro ("alminhas") em massa

(fotos de RV)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010


Calçadinha, Carreiras (Portalegre):
habitação tradicional demolida em 1991
(foto de RV,1990)
Beco junto à rua do Castelo

Início da Rua de Baixo


Início da Rua da Igreja
(desaparecida)

Entre o Ribeirinho e os Canxos Ferreiros

Traseiras do Largo da Fonte Nova
(numa aguarela de João Salvador Martins)

Casas Nogueiras

Casas Nogueiras (2)



Carreiras (Portalegre):
chaminés tradicionais
(fotos de RV)







Monte da Gente (Carreiras, Portalegre):
ruínas de um povoado medieval (?)
descoberto por Sónia Correia e Ruy Ventura em 2003
(fotos de RV)



Carreiras (Portalegre), Pomares:
habitação com varanda suportada por arco ogival (sécs. XVI/XVII)
(em processo de reconstrução - haja quem a salve!)

Fotografia de RV, 2009.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010




Carreiras (Portalegre) na primeira metade da década de 1970
(fotografias de Joaquim Baptista Ventura)


Carreiras (Portalegre)
no início da década de 1940
(fotografias de Joaquim Salvador Lacão)

Carreiras (Portalegre):
resto do registo azulejar do antigo oratório das Alminhas
destruído na década de 1960

(Fotografia de RV, c. 1995.)

Registo de azulejo na fachada da igreja de São Sebastião de Carreiras (Portalegre)
(Oficina lisboeta, meados do século XVIII.)

Foto de RV.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010

PRIMEIRA REPÚBLICA
em Carreiras (Portalegre)






• 1910.11.03





Acta da posse da Comissão parochial / republicana, no dia 3 de novembro de 1910.



No dia 3 de novembro de 1910 na casa das / sessões da Junta de Parochia da freguezia / de Carreiras, concelho de Portalegre, compare- / ceram o reverendo parocho da freguezia e os ci- / dadãos José Martins Tavares, João Alberto Vellez / Tavares, José Climaco Vellez Tavares, João Vellez Sal- / vador e José Inacio Palmeiro Pereira, todos con- / vocados pelo cidadão Excelentissimo Administrador d' este / concelho para o primeiro, na qualidade de an- / tigo presidente da Junta fazer entrega aos se- / gundos do que se achava á sua responsabilidade. / Ás duas horas da tarde, a que foi determinada / pelo senhor Administrador para a entrega, o reverendo pa- / rocho abriu a sessão e apresentando-lhe os com- / missionados a participação legal feita pelo senhor / Administrador da nomeação que para tal car- / go lhes fôra feita pelo Excelentíssimo Governador Civil, imme- / diatamente os convidou a fazer a declaração de / juramento segundo a lei e entregou logo a pre- / sidencia ao cidadão José Martins Tavares, dando / plena posse de tudo a toda a comissão. /

O cidadão José Martins Tavares, tomando a presi- / dencia, disse que ao tomar conta do cargo com / que o senhor Governador Civil o havia honrado esperava / que toda a Commissão o auxiliasse no cumprimento / dos deveres do seu cargo, que elle tinha a peito desempe- / nhar o melhor que pudesse, sempre dentro da lei, da / tolerancia e da fraternidade. /

O vogal José Climaco, em nome de todos os membros / da Commissão, disse-lhe que podia contar com / a boa vontade e leal cooperação de todos dentro / d' aquellas normas. /

O senhor presidente, agradecendo, apresentou a seguinte // proposta, que foi votada por accla- / mação: /

A Commissão Parochial nomeada pelo Excelentissimo Governa- / dor Civil para administrar esta parochia reunida / em sua primeira sessão no dia 3 de Novembro de / 1910: Considerando que a Monarchia desap- / pareceu do territorio portuguez por effeito da glo- / riosa revolução que estalou em Lisboa na ma- / nhã de 4 de Outubro do corrente anno e originou / a implantação da Republica em Portugal a qual / foi proclamada em Lisboa, na Camara Mu- / nicipal, no dia 5 do mesmo mez; /

Considerando que é dever patriotico de todos os portu- / guezes contribuir quanto em suas forças caiba / para o progresso e honra da nossa querida Patria; /

Considerando que o governo provisorio da Republi- / ca é constituido por notabilissimos cidadãos que / pela sua alta envergadura moral e politica bem / merece a confiança e a gratidão dos portuguezes; /

Esta Commissão: /

Saudando todos os patriotas que tão deno- / dadamente se sacrificaram para dar ao seu / paiz a instituição republicana, e lamentando / do coração a perda de alguns portuguezes que / morreram na revolução, destacando os dois insi- / gnes patriotas Candido dos Reis e Miguel Bombar- / da que perderam as vidas ao alvorecer do triumpho / da Republica por que tanto tinham pugnado; /

Promettem servir com dedicação e enthusiasmo / as novas instituições politicas, e esperam com- / fiadamente que ellas hande trazer à nossa / gloriosa Patria o equilibrio financeiro e com / elle a prosperidade de todos os râmos da ins- / trucção, do trabalho e da riqueza do Paiz. /

Depois, o senhor presidente propoz que as sessões or- // dinarias da Junta se realisem nos 2os. e 4os. domin- / gos de cada mez; e mais propoz para vice / presidente da Junta o vogal José Climaco Vellez / Tavares, para secretario o vogal José Ignacio Palmeiro / Pereira e para thesoureiro o vogal João Alberto Vellez / Tavares. Estas propostas foram approvadas por u- / nanimidade. Havendo mais a tratar o Senhor / presidente levantou a sessão da qual, para / constar, se lavrou a presente acta que de- / pois de lida e approvada, vae ser assignada / por todos. E eu José Ignacio Palmeiro Pereira / secretario que a escrevi e assigno. / Carreiras 3 de Novembro de 1910 /

O parocho - Padre Manuel Maria Fernandes /

O presidente da Junta José Martins Tavares /

Os vogaes - Jose Climaco Vellez Tavares

João Vellez Salvador /

João Alberto Vellez Tavares /

José Ignacio Palmeiro Pereira /



(APC/AJP/01, fls. 67 v. a 68 v.)







• 1913.03.02





"O senhor presidente disse ainda que, promovida pelo Seculo / Agricula ia realisar-se no proximo dia 9 do corrente / a festa da arvore em todas as freguezias do paiz, que / sabia que os professores oficiais desta freguezia tinham já / requisitado duas amoreiras brancas e lhe lembraram a / conveniencia de serem plantadas no Adro. Propunha / por isso à Junta que assim se fizesse e que as pequenas / despesas a fazer com a plantação das ditas arvores / fossem custeadas por esta Junta pela verba votada pa- / ra instrução e beneficencia. Aprovador por unanimidade."

(APC/AJP/01, fls. 75)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010




Vista do afloramento a partir do sul.

Pormenor do afloramento.

Afloramento visto do norte.

Vista nordeste do afloramento.

Vista nordeste do afloramento.

Vista nascente do afloramento, sendo evidente a aparência fálica dotada de "testículos".


Vista norte do afloramento.


Vista do "monumento" a partir do sul.


Vista sul do "monumento".




 

MENIR OU BÉTILO (?) DO FRAGUIL
(Carreiras, Portalegre)

O afloramento natural apresentado nas fotografias - que tive oportunidade de visitar pela segunda vez em Abril de 2009 com Joaquim Baptista Ventura, meu pai (cheguei lá depois das conversas com Ana Fernandes Martins, carreirense falecida com mais de 80 anos no início do século XXI) - situa-se a cerca de 500 metros a noroeste do Rossio da aldeia de Carreiras, no concelho de Portalegre.
Está envolvido por lendas de bruxas, quase "interditado", razão pela qual poucos o conhecem na povoação. Tem a rodeá-lo um recinto duplo em pedra seca, com uma espécie de banco com lajes na parte sul e duas estruturas que parecem pequenas lareiras, com laje de granito no fundo e outras à volta mais pequenas.

O bloco de granito tem algum tratamento grosseiro na parte superior, mas não dá bem para ver bem o que é (parecendo no entanto pequenas covetes). Tem cerca de três metros, três metros e meio de altura. Situa-se no alto de um cabeço rochoso, o que lhe daria uma enorme visibilidade em qualquer direcção (hoje está meio encoberto pela ramagem dos sobreiros que o rodeiam): a olho nu hoje apenas se vê do lado nascente, mas a origem ver-se-ia de qualquer lado, mesmo da serra de Castelo de Vide ou de alguns monumentos megalíticos da região, nomeadamente das antas do Sobral e do João Martins.
O maciço rochoso em cujo cume se levanta (o "Fraguil"), está ao fundo da "Azinhaga das Bruxas" - tendo um carácter misterioso, ao ser um lugar envolvido por interditos; ainda conheci pessoas de idade a afirmarem que ali se reuniam as feiticeiras.
A norte do monolito, duas rochas mais pequenas adossadas dão-lhe uma configuração completamente fálica, em que são visíveis inclusivé dois testículos.
Um manto de folhas muito espesso tem impedido, até ao momento, a descoberta de cerâmicas datáveis.
Ao cabeço, muito elevado a poente, acede-se ainda por uma espécie de vereda por entre os rochedos, a qual conduziria à grande pedra e/ou à estrutura que a rodeia. Esta vereda parte de um minúsculo pego da "Ribeira do Casépio", onde se eleva um muro de pedra dotado de um baixo pórtico sem qualquer tratamento, que dá para um espaço minúsculo que não poderia servir como abrigo de pastores, tão diminutas as suas dimensões.
Pela sua configuração e pelo seu contexto, ouso a hipótese de que este monumento tanto pode ser mais um exemplo no Norte Alentejano de um afloramento rochoso transformado em menir quanto uma manifestação, mais tardia, dos cultos orientalizantes, que se dirigiam frequentemente a este tipo de acidentes naturais, com carácter numinoso evidente.

(Todas as fotos são de RV e foram tiradas em Abril de 2009.)


Vista sul do afloramento e de um dos muros de pedra seca que o rodeiam.

"Banco" com lajes de pedra a sul do afloramento.

Muro com pórtico existente sobre o Ribeiro do Casépio, a sul do afloramento.


"Lareira" (?) existente a nascente do monumento (há outra a sul).

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